A viola do barbeiro.

Eu estava conversando com um amigo sobre a passagem de Mick Jagger e Keith Richards pela América do Sul (incluindo o Brasil) no final da década de 60. Ele me contou que o Keith descobriu a afinação “Sol Aberto” (Open G tuning) ao ouvir a música dos violeiros do interior do nosso país. A título de curiosidade, essa afinação é conhecida pelos violeiros como “Rio Abaixo”. Eu não toco viola caipira, mas sempre tive muito contato com esse instrumento, especialmente porque meu tio ensinava viola.

É conhecida a relação entre a música caipira brasileira e o blues (e a música “caipira” norte-americana em geral). Uma das características comuns é a utilização de afinações abertas.

E isso tudo me fez lembrar do tempo em que comecei a aprender a tocar violão. Nessa época, quando eu ainda morava no interior de SP, eu costumava ir à uma tradicional barbearia em minha cidade quando precisava cortar o cabelo. Coisa corriqueira no interior, o barbeiro e proprietário do local adorava música sertaneja e, por acaso, mantinha uma viola caipira encostada num canto. Era fã do Tião Carreiro e do Renato Andrade. Eu, por outro lado, era fã do David Gilmour, um blueseiro em essência, e de blues em geral. E apesar de não saber nada de viola, eu conseguia perceber a sonoridade do blues ali. Pegava a viola do barbeiro e ficava tentando tocar alguma coisa com aquela afinação estranha. Era divertido. 🙂

Atualmente, tenho estudado e experimentado bastante as afinações abertas, principalmente depois que comecei a me interessar mais por Black Crowes, o que acabou fazendo com que eu e outro amigo montássemos um projeto tributo à banda: http://www.blackcrowescover.com

Hoje, é engraçado e nostálgico pensar que a viola do barbeiro me ajudou a entender a visão da música de caras como Keith Richards e Rich Robinson (do Black Crowes), que hoje são grandes influências para mim.

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12 Comentários

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12 Respostas para “A viola do barbeiro.

  1. Tiago Lordello

    Legal o texto, Zé! Mais legal é saber que voce ia a barbeiro antigamente. hahahahahahahahahaha

  2. Denys

    Legal… mas isso é uma coisa do passado agora… já faz tempo que você não precisa mais cortar o cabelo hehehehehe

  3. Vagner

    Parabens pelo texto e boa sorte com o blog Caio. Tá muito bem escrito.

  4. rafaeljpc

    auhuahuauhauh vc ia no barbeiro por causa da barba neh?
    com 10 anos vc já tinha essa barba ruiva, não? ahuuhahahhahua

    owww caio barba-ruiva, parabens pelo texto…. demorou pra começar a escrever hein? já que vc gosta de escrever (pelo que me falou no macfil)

    []’s

  5. Eric M Gomes

    Boa, Caio!

    Curti!
    Se o tal barbeiro estiver vivo, ele certamente ficaria bem feliz com esta história hein…
    O mais loco seria descobrir q o cara virou fã de Black Crowes. ;–)

  6. Carlinhos

    Legal, filho! Vou mostrar pro barbeiro…ele vai gostar.
    bjo pai

  7. Neide Mendes do Carmo

    Parabéns Caio! Fico muito ogulhosa de voce!!
    Um beijo. Mãe nº 02.

  8. Dougrão

    É…definitivamente hoje vc nao toca mais viola do barbeiro….kkkkkk

    ae….dê nomes aos bois meu filho….é uma forma de vc homenagear suas raizes….;)

    O texto ficou muito bom hein…está tendo aulas com tua irmã???? 😛

    abraço….

  9. Dani

    Aeeee!!!
    Muito bom o texto, muito agradável ler suas memórias. Gostei muito do comentário do Douglas, hahaha… Beijos.

  10. Leonardo

    Parabéns pelo blog.
    Eu conheço esse barbeiro .
    Aquele que não faz milagre, né carlinhos?

  11. Guto

    A propósito estamos falando da única viola Di Giorgio do mercado.
    Tha Caiú, parabéns pelo blog! Está muito bem escrito!
    Se isso é dom familiar, vou falar pra sua irmã começar a tocar guitarra!
    🙂

  12. Aman

    Uia….fala sério, pediu pra sua irmã escrever num foi??? kkkkk
    Lembrei de ler o texto hj Caio, foi mal hein…
    Agora faz o favor, fala o nome do barbeiro que eu vou lá também….
    Abraço!!!

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